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Comunicar: uma experiência gestáltica!

Comunicar: uma experiência gestáltica!

Qual a diferença entre falar e comunicar?

Essa questão me ocorre agora (não que certamente não tenha ocorrido antes, mas agora com um certo nível de insight – uma certa forma de organização das idéias que deixa tudo bem claro, dai a referência a clarão, luz, inspiração, etc…) quando tentava clarear uma idéia, e simplesmente não conseguia.

As palavras comunicam? As palavras são meramente expressões orais: ruídos que representam sentimentos, pensamentos e experiências. Símbolos. Não são a verdade, a coisa real. São sujeitas a erros de interpretação e compreensão. Podem ajudar a entender, mas talvez não ajude a saber, que é um atributo da experiência.

Quando estamos “falando” uns com os outros, estamos limitados pelo alcance das palavras, seus significados e suas flexões. Exato, aqui encontrei um problema: as flexões.

As palavras são poderosas, mas são frias em si mesmas. A forma como elas são proferidas mudam seu próprio significado. Por essa razão, as palavras, os emails, as mensagens de msn, as mensagens de orkut e tantas outras podem ser pouco honestas, ou serem tão mal interpretadas quando mal direcionadas. São frias! Muitas pessoas escrevem pensando em “comunicar” uma tal idéia, mas o leitor constrói uma outra idéia derivada das palavras que lê.

E também ocorre isso nas conversas, quando o limite é a palavra. Nem sempre pessoas que conversam se comunicam, já percebeu isso? Quantas pessoas já falaram com você sem ter havido uma real comunicação? Quantas vezes, depois de uma conversa, você se pega se perguntando “afinal o que essa pessoa quis dizer com isso?”

A comunicação é algo bem mais profundo e amplo que a conversa. A comunicação envolve o uso da palavra, mas a carrega de sentimentos e emoções. A comunicação envolve corpo-mente-espírito (não confundam esse espírito com questões religiosas).

Por isso a veradeira comunicação “envolve” os comunicadores em idéias, atos, sentimentos e comportamentos. E muitas vezes uma comunicação intensa e verdadeira nem precisa de palavras.

Como sou terapeuta de fundamentação gestáltica, há muito que sei disso, mas, por incrivel que pareça, o insight ocorreu agora sobre a forma da Gestalt trabalhar com o corpo todo, inclusive prescindindo da própria palavra. Em psicoterapia gestáltica, se o interlocutor não deseja falar, não ligamos e continuamos trabalhando com as outras formas de sua comunicação.

A falta da palavra pra nós, em Gestalt-terapia, não representa uma simples resistência, mas sim, uma forma de comnicação possivel sobre os seus travamentos, os seus bloqueios em relação a vida. Representa uma forma de viver.

Partindo disso, deixo aos leitores(as) essa reflexão: sempre que você fala, você se comunica? Se a resposta for não, já pensou em quantas coisas não obteve, não realizou por conta disso?

E para terminar, trago uma máxima sufi que diz: os sábios tem sempre algo a dizer, os tolos tem sempre que dizer algo.

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Sucesso e paz.
Varekai (onde quer que seja)
Roberte Metring – CRP 03/12745

Não me peça explicações, não as tenho. Eu simplesmente aconteço.
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